04 dezembro 2006

A Escolha do Pastor e O Mito da Grama mais verde.

Há muito tempo foi lançado um ótimo livro sobre casamento, "O Mito da Grama mais Verde", que trata do problema de casais casados que vivem imaginando e pensando o que seria se houvessem se casado com outra pessoa. Imaginam tais pessoas que com outro esposo ou outra esposa haveria o verdadeiro mar de rosas... porque a grama do outro lado da cerca parece ser mais verde. Ledo engano! Na verdade é apenas mais um Mito. Para haver uma mudança, ela deverá ser interior e não apenas uma complicada troca de cônjuge.

Resolvi aplicar a ideia base do livro para aplicá-la ao assunto escolha de pastores.
As igrejas locais "evangélicas", quando tratam de escolher pastores, vivem exatamente este Mito - caem na Carne! É duro termos que admitir isto...


Muitas vezes escolhem algum que consideram provisório até conseguirem "aquele". Vivem com "um", mas namoram outros. Sonham escolher aquele Pastor "fulano de tal", um "ban-ban-ban dos auditórios", um arrebatador de corações, tanto pelo aspecto físico como pelo palavrório. Além dos tais possuírem um "QI especial" - "aquele Que Indica" de peso. Ainda melhor se os tais se fizerem acompanhar de um séquito de fiéis seguidores - "a-clap" ou o "fã-clube". Isto causa "frisson".  Puro marketing pessoal dos tais.


Já tratei de um assunto paralelo neste Blog, minha primeira postagem em 2006, lá comento sobre a semelhança entre o Pastor e o Técnico de Futebol
Clique aqui para ler.


Existe um ditado popular, muito verdadeiro: "Aquele que desconhece a história, fatalmente irá repeti-la".

O leitor poderá perguntar: "Como é? Que tem a ver uma coisa com a outra?"

Registra a Bíblia que o povo de Israel desejava se parecer com os demais povos. Este povo andava sequioso para possuir um governante com "presença e finesse", digno de ser chamado "Rei de Israel".

Procuraram, procuraram e acharam o "lindo" (popularmente, o "boa-pinta"): Saul. Filho de pai rico e importante. Um figurão. Rapaz de fino trato!


Leia o relato sobre o "mauricinho* da Bíblia": I Samuel 9:1 e 2 

"Havia um homem da tribo de Benjamim, Quis (o pai dele) era rico e influente. - Tinha um filho jovem e bonito, chamado Saul. Não havia ninguém mais bonito do que ele entre todos os israelitas. Além disso, era mais alto do que todos. Quando estava no meio dos mais altos, ele aparecia dos ombros para cima."
Mais adiante, Deus apresenta a razão pela qual o povo receberia as consequências por sua atitude: I Samuel 10:19 e 24 

"Eu sou o Deus de vocês, o único que os livra de todos os seus problemas e dificuldades, mas hoje vocês me rejeitaram e pediram que eu lhes desse um rei."  Mesmo assim, Deus permite a realização do desejo do povo e manda Samuel ungir Saul como rei: "- ...Não há ninguém igual a ele entre nós. E todo o povo gritou: - Viva o rei!"

O povo que não busca espiritualmente em Deus passa a ser naturalmente CARNAL. E ainda se ofende, quando um profeta, pelo Espirito de Deus lhe fala a verdade!


O fim da história do Rei Saul mostra que a escolha não foi adequada. Ele foi substituído pelo homem segundo o coração de Deus - o Rei Davi. Este aparece até mesmo na genealogia de Jesus.


Reconheço que Deus é o Soberano Senhor de todo universo, mesmo assim permite alguns desejos aos homens.

Porém, as instituições eclesiásticas da atualidade que dizem cultuá-Lo, são humanas, limitadas e compostas de homens que nem sempre estão dispostos a ouvir e esperar a orientação de Deus. Estes, para prejuízo deles mesmos, "trançam seus pauzinhos" oram mas esperam o "QI" de algum chefão. Assim, Deus não interfere em suas escolhas, até permite.


O Apóstolo Paulo é curto e direto quando trata com crentes preconceituosos e que idolatram nomes: 
"Na verdade, irmãos, eu não pude falar com vocês como costumo fazer com as pessoas que têm o Espírito de Deus. Tive de falar com vocês como se vocês fossem pessoas do mundo (carnais), como se fossem crianças na fé cristã. Tive de alimentá-los com leite e não com comida forte, pois vocês não estavam prontos para isso. E ainda não estão prontos, porque vivem como se fossem pessoas deste mundo (carnais). Quando existem ciumeiras e brigas entre vocês, será que isso não prova que vocês são pessoas deste mundo (carnais) e fazem o que todos fazem? Quando alguém diz: "Eu sou de Paulo", e outro: "Eu sou de Apolo", será que assim não estão agindo como pessoas deste mundo? Afinal de contas, quem é Apolo? E quem é Paulo? Somos somente servidores de Deus, e foi por meio de nós que vocês creram no Senhor. Cada um de nós faz o trabalho que o Senhor lhe deu para fazer: Eu plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer. De modo que não importa nem o que planta nem o que rega, mas sim Deus, que dá o crescimento." I Corintios 3:1 a 7


E você e seus lideres em sua comunidade, estão querendo aceitar aquele que o Espírito Santo lhes manda ou estão olhando os pastos dos outros, cobiçando o que os outros tem? Cada um tem suas próprias idiossincrasias. O que se vê nem sempre é o que parece. Você vai ficar sonhando com a grama verde do vizinho?

Receba de bom grado aquele que Deus te envia e o coloca à sua disposição! Ou vai querer que Deus permita um "Saul" para satisfazer o povo?


É meu caro, "dura é esta mensagem". Creio que Jesus diria pra você: "E você, também não quer se retirar?"



Até a próxima,
Caleb Castellani

* Se você quiser usar o termo, fique à vontade, eu nunca ouvi alguém classificá-lo assim. Mas que parece, parece! rsrs

02 setembro 2006

REABASTECENDO O PASTOR INTERIOR

As igrejas deveriam ter muito interesse na saúde espiritual de seus pastores.

Alguns meses atrás, eu participei da Conferência Nacional de Pastores, promovido em conjunto com a matriz da Christianity Today. Os organizadores da conferência pensavam que 800 inscrições seria uma estimativa otimista, mas, em vez disso, tiveram dificuldades para acomodar 1.700 pessoas, o que indica a necessidade de companhia e alimento espiritual de nossos pastores.

Há alguma profissão que exija mais e recompense menos? Um pastor gasta mais de vinte horas por semana para preparar um sermão e depois, na manhã de domingo, na melhor das hipóteses, ouve alguns paroquianos, à porta, dizerem educadamente: 'Bom trabalho, reverendo', isto é, contanto que ele não ultrapasse os 22 minutos destinados à pregação. Quando surge ocasião de uma avaliação formal do cargo, os pastores se vêem avaliados por bombeiros, vendedores e engenheiros, muitos dos quais não sabem quase nada sobre ministério. Essa miscelânea de leigos, a portas fechadas, vota sobre o salário a ser pago e o auxílio moradia, enquanto o pastor, sentado como um colegial, espera em outra sala.

O apóstolo Paulo afirmou o seguinte sobre o ministério: 'Somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio' (2 Co 5.20). Deus, realmente, faz seu apelo por meio dos instrumentos humanos, e, depois de minhas conversas com pastores, saio com ânimo renovado em relação aos obstáculos desse desafio. Eles empregam horas no aconselhamento pré-marital de sonhadores jovens apaixonados, e, dez anos mais tarde, aconselham esses mesmos casais, agora amargos antagonistas, ao longo do processo de divórcio. Eles confortam os doentes e oram corajosamente pela cura, mas, depois, encontram forças para ficar diante de parentes lacrimosos nos funerais.

Incitamos nossos pastores para atuar como psicoterapeutas, oradores, sacerdotes e ministro chefe executivo. Entretanto, eles, em conseqüência dessas exigências, têm de carregar uma carga singular de isolamento e solidão. O pastor não tem vida privada. Henri Nowen costumava dizer: 'Ao ser amigável com todos, ele, com freqüência, não tem amigos pessoais. [...]. O paradoxo é que ele, a quem foi ensinado a amar todos, na realidade, não tem nenhum amigo; ele que treinou a si mesmo a fazer orações mentais, não consegue, com freqüência, ficar sozinho consigo mesmo. Ao abrir-se para todo todos os de fora, não há espaço para o interno'.

Chamado para ser um 'outro Cristo'.

Durante uma viagem para Lancaster, Pensilvânia, jantei, certa vez, em uma casa de um amigo amish. Nessa ocasião, contaram sobre o método, pouco usual, para encontrar um pastor. Naquela região do país, poucos amishes chegam a ter escolaridade além do primeiro grau, e quase nenhum deles tem treinamento teológico. Toda a congregação vota em alguns homens (nessa denominação apenas homens devem se candidatar) que mostram ter potencial pastoral, e aqueles que recebem pelo menos três votos vão para a frente e sentam-se a uma mesa. Cada um deles tem um livro de hinos a sua frente, dentro do qual, de modo aleatório, é posto um cartão, e o homem que achar o cartão é o novo pastor no ano seguinte. Perguntei ao meu amigo amish: 'O que vocês fazem se a pessoa escolhida não se sentir qualificada para o cargo?'. Confuso, olhou-me e replicou: 'Se ele achar que é qualificado, não o queremos'.

Não recomendo o método amish para o chamado pastoral (apesar de haver intrigantes paralelos com o sistema de sorteios utilizado no Antigo Testamento), mas seu último comentário fez-me pensar. Certa vez, Thomas Merton disse que muito do que esperamos que pastores façam — ensinar e aconselhar os outros, consolá-los, orar por eles —, seria, de fato, responsabilidade do resto da congregação.

A vocação clara do pastor é ser uma pessoa de Deus, aquele que 'é chamado para ser um outro Cristo, em um sentido muito mais específico e íntimo, algo bastante distinto do que observamos no cristão comum ou no monge'.

O pastor é uma espécie de intermediário entre a misericórdia de Deus, e o trabalho do ministro é transmiti-la, e o terror do pecado. O pastor, graças a sua posição de conselheiro espiritual, conhece este último melhor que qualquer um de nós. Quanto à misericórdia — bem, isso é o que me preocupa.

Em nossa sociedade moderna, há uma fixação com as incumbências do trabalho e a competência na carreira, mas será que negligenciamos a mais importante qualificação de um pastor que é conhecer Deus? Mahatma Gandhi, líder de meio bilhão de pessoas, recusou-se a fazer concessões e não abriu mão de seu princípio de guardar toda segunda-feira como um dia de silêncio — mesmo no auge das negociações sobre a independência da Índia da Inglaterra. Ele acreditava que não honrar aquele dia de alimento espiritual o tornaria menos eficaz nos outros seis dias.

Gostaria de saber o quanto nossos líderes espirituais se tornariam mais eficazes, se o encorajássemos a separar um dia por semana para ter um tempo de reflexão silenciosa, meditação e estudo pessoal. Gostaria de saber o quanto nossas igrejas se tornariam mais eficazes se nossa prioridade número um fosse a saúde espiritual de nossos pastores — e não a eficiência deles.
por Philip Yancey

Tradução Lena Aranha
(recebido por E-mail)

24 abril 2006

ATITUDE? QUEM SE IMPORTA?

NÃO ME INCOMODEI !!!
"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar..."

Martin Niemöller, em seu livro "Do Submarino ao Púlpito", 1933


Recebi o texto acima, enviado por meu amigo, Carlos Siebra.
Às vezes não temos as informações sobre a história. E muitos não sabem o que aconteceu nos bastidores dos tempos do Nazismo.
O autor dos versos acima foi o teólogo e Pastor Luterano, M. Niemöller (1892-1984), fundador do movimento anti-Nazista "Igreja Engajada". Leia mais sobre o Rev. Niemöller no site da Rádio Deutsch Welle: Clique aqui para ler

Ele retratou muito bem em seus escritos o fato de que a acomodação e a aceitação do Nazismo por parte dos protestantes alemães, foi um dos grandes motivos para que tal movimento se desenvolvesse na Alemanha. Anos mais tarde Niemöller tornou-se ferrenho opositor do Nazismo. Sua atitude em opor-se ao governo de Hitler, levou-o a ficar preso de 1937 a 1945.

O trecho é uma mensagem que faz muito sentido para mim. Vejo-o, também, aplicado em alguns outros contextos da vida.

Eu tenho facilidade de sentir a dor do meu próximo e tomo as dores dele.
Quando acontece comigo não tenho esta mesma predisposição.
Não disputo por causas próprias, mas pelas causas do meu próximo. É muito bom acreditar na lei da reciprocidade, assim como ensinou Jesus: "Como quereis que os homens vos façam fazei-o vos a eles" Lucas 6:31
Se está doente, marginalizado, com lutas e sem recursos, visito-o até vê-lo restaurado e faço o que posso pra minimizar suas dores.
Raríssimas foram as vezes que alguém comprou minhas lutas. Não nutro esta esperança, melhor mesmo esperar que Deus lute por mim!
Muitos se esquivam escondendo-se detrás de conveniências, de muitas tarefas e muitas desculpas esfarrapadas. Na verdade não querem se comprometer.
Preferem ficar assistindo, assim como acontece com os acidentes de trânsito. Todos querem ver, mas ninguém se envolve.
Aprendi com meus pais, que viviam na prática um cristianismo do compromisso com o que criam. Aprendi que ser cristão é empatia, comprometimento.
Como meus pais, também NÃO tenho a característica de deixar passar e ficar olhando as coisas acontecerem ao meu redor.
O texto de Niemöller, é uma confissão de alguém que percebeu que deveria ter tomado uma atitude antes em favor do próximo.

Uma triste realidade do que aconteceu na história da Alemanha.

Releia o texto e veja se sua acomodação não virá um dia a ser um grande problema para você.
O indivíduo que não se incomoda, com certeza a vez dele chegará e já não haverá mais ninguém para se importar.

APRENDA A TER ATITUDE !!!

Até +,
Caleb Castellani

13 abril 2006

SPURGEON - ALIMENTANDO AS OVELHAS OU DIVERTINDO OS BODES?


Caros amigos,


Há uma urgente necessidade de que a velha, mas sempre atual, reflexão de Spurgeon, seja lida e conhecida da nova geração de crentes nas mais diferentes denominações eclesiásticas.
Este alerta está cada vez mais atual!
Em tempos em que muitas igrejas mais parecem agência de Turismo, Entretenimento, Shows, Showmícios e Cia! Muitas delas são verdadeiras "imprejas" e são como verdadeiros pontos comerciais!
Que Deus continue usando este texto do Pastor Spurgeon, com poder e graça em sua vida, querido leitor.
No amor de Cristo, Pastor Caleb


ALIMENTANDO AS OVELHAS OU DIVERTINDO OS BODES?
"Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber.

Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.

Meu primeiro argumento contra tal tipo de prática é este: As Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) — isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: “E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do Evangelho”, assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus.


E mais: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.

Digo mais: Prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? “Vós sois o sal”, não o “docinho”, algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!

Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: “Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira!” 



Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. 


Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das Cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam de outros instrumentos.

Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição foram a muitos lugares pregando o Evangelho. Eles “transtornaram o mundo”. Essa é a única diferença!



Senhor, limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos antigos apóstolos*.

Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical.

A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do Evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz.


A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produza devoção verdadeira no íntimo dos convertidos."



Por Charles H. Spurgeon, pastor batista, que nasceu em 1834 e morreu em 1892.


*  Nota do Pr. Caleb: Entenda-se "antigos Missionários"

24 março 2006

O falso profeta é o pastor que agrada todo mundo.

Entrei numa comunidade do Orkut chamada "Odeio Pastores Pica-Fumo" em alguns momentos é hilariante. Infelizmente a Comunidade não existe mais. Não gosto do termo "odeio", mas vamos ao que interessa.

Resolvi postar um texto excepcional do grande Karl. Para os íntimos um grande teólogo. Para os críticos que não o conhecem ou nunca o leram, um herege liberal. Creio que seja injusto este adjetivo para este cristão contextualizado.

Um pastor amigo, Rev. Esdras C. Eller, me disse algo preocupante e que podemos constatar facilmente em nossos dias: "As igrejas de hoje querem pastores 'light'". Realmente o que vemos em sua grande marioria são pastores modelo "Leve & Suave".

Faça uma análise dos tipos que encontramos no mundo de hoje. Depois verifique se o "cristianismo" que você vive colabora para que apareçam mais falsos pastores:


"O falso profeta é o pastor que agrada todo mundo. Seu dever é dar testemunho de Deus, mas ele não O vê, nem O prefere, porque vê muitas outras coisas.
Segue seus pensamentos humanos, conserva-se interiormente calmo e seguro, evita habilmente tudo quanto o incomoda. Não espera senão poucas coisas ou mesmo nada da parte de Deus.
Pode calar-se, mesmo quando vê homens atravancando seus caminhos com pensamentos, opiniões, cálculos e sonhos falsos, por quererem viver sem Deus.
Retira-se sempre quando devia avançar. Compraz-se em ser chamado pregador do evangelho, condutor espiritual e servidor de Deus, mas só serve aos homens.
Sonha, às vezes, que fala em nome de Deus, mas não fala a não ser em nome da igreja, da opinião pública, das pessoas respeitáveis e de sua "pequena" pessoa.
Ele sabe que, desde agora e para sempre, os caminhos que não começam em Deus não são caminhos verdadeiros, mas não quer se incomodar nem incomodar os outros; por isso é que pensa e diz: "Continuemos prudentemente e sempre alegres em nosso caminho atual; as coisas se arranjarão".
Ele sabe que Deus quer tirar os homens da impiedade e que a luta espiritual deve ser travada. No entanto, prega a "paz", a paz entre Deus e o mundo perdido que está em nós e fora de nós. Como se tal paz existisse!
Sabe que seu dever consiste em proclamar que Deus quis uma nova vontade, uma nova vida, porém deixa reinar o espírito do medo, do engano, de Mamon, da violência - a muralha construida pelo povo (Ez 13:10), o muro oscilante e manchado. Ele disfarça-o pintado com as cores suaves e consoladoras da religião para o contentamento de todo mundo.
Eis aí o falso profeta!"
Karl Barth

Pois é, grande Karl, você falou e disse!

Concluo citando os servos de Deus, Paulo e Pedro: "Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério." (II Timóteo 4:1 a 5).

"Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme." (II Pedro 2:1 a 3)


Pois é, cristão... que cristianismo tem sido o seu?

Você está conformado com esta situação passiva e inativa em prol da Evangelização e da conquista de almas, em que vive sua denominação ou igreja local?
Que tal colaborar com a Evangelização Pessoal?
Que tal Evangelizar e Discipular um amigo ou vizinho?

Estou disposto a ajudar você e sua igreja a realizar esta sublime tarefa.

Solicite o folheto de divulgação do meu Curso Prático de Evangelização Pessoal pelo e-mail: missao.apologia@bol.com.br

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19 janeiro 2006

Técnicos de futebol & Pastores: Tudo a ver?

Vale a pena ler o artigo sobre a Pesquisa sobre técnicos de futebol, feita por uma das principais Escolas de Administração da Grã-Bretanha. Segundo a pesquisa, a razão do fracasso do futebol está diretamente ligado à velocidade com que os diretores trocam os técnicos de seus clubes.

Recomendo que vc leia primeiro a matéria clicando no link abaixo e depois leia meu breve comentário (espero que o link funcione)

Clique aqui para ler

Pois bem, depois de ler a notícia refleti sobre a troca frequente de pastores... e não é que parece que tem quase tudo em comum?

Se até nos meios esportivos já perceberam que o problema do fracasso do futebol não está ligado simplesmente à troca do treinador...
"Trocar o técnico nem sempre traz o melhor resultado."

Mutatis mutandis... e guardadas as devidas proporções, porque além de Organizacional e com estruturas humanas a Igreja tem (ou pelo menos, pressupõe-se que deveria ter) os aspectos que deveriam caracterizá-la: O Caráter Espiritual. Ela não é apenas uma Instituição humana. Podemos sim, comparar sua organização humana com a dos clubes de futebol...

Vamos ao ponto.
Quando será que algumas igrejas irão perceber a questão da mudança constante de Pastores afeta o seu desenvolvimento?

É bom lembrar e lamentar que alguns pastores não tem levado o Ministério Pastoral a sério, antes o tornam apenas um trampolim para seus projetos de vida pessoal. Parecem não lembrarem que deverão prestar contas não somente ao seu Presbitério ou Convenção, mas principalmente a Deus.

Contudo, quando será que a liderança Eclesiástica vai perceber que a razão do fracasso das igrejas está na falta de testemunho dos seus crentes em geral?


1) Nossas reuniões estão hoje concentradas exclusivamente intra-muros, isto é, entre as 4 paredes dos templos. Os "chamados para fora" inverteram seu papel e passaram a ser os "chamados para dentro".

2) Os crentes em sua maioria, perderam a autoridade espiritual para evangelizar seus amigos, vizinhos, parentes, pois se comportam como qualquer mundano.

Para conferir, leia no ORKUT os comentários que refletem muito bem o comportamento dos participantes de Comunidades Orkutianas de algumas igrejas históricas e "gospeis", muitos daqueles são membros "professos" dessas igrejas.

3) As reuniões de Estudos Bíblicos e de Oração são as menos frequentadas. Nas Escolas Dominicais as discussões são tão "acaloradas" que parecem luta de "vale-tudo" que espantam os visitantes.

Tais igrejas e suas diretorias e líderes deveriam analisar o seu procedimento em ficarem brincando de Campeonato interno ou Inter-Bairros, isto é, como se a Obra de Deus não tivesse valor algum.


Será que não percebem que o fracasso de suas igrejas está ligado ao apego ao poder político por parte de alguns poucos?

Nunca raciocinam grande... a longo prazo e com muita oração. Como se o Campeonato fosse Internacional... e é válido para a Eternidade!

Posso não concordar com algumas doutrinas do Dr. Peter Wagner, professor do Fuller Seminary do Texas. Porém, em sua tese sobre Crescimento de Igrejas, afirmo que é totalmente procedente. Testemunhei a veracidade deste princípio, pessoalmente, em meu ministério:
Dizia ele em 1983 num Congresso da SEPAL: "O pastor somente consegue implantar sua filosofia de ministério numa igreja num período entre 3 a 5 anos. Após isto, se não conseguir, mude-se e dê lugar para que outro o faça. Porém, se conseguir, fique por quanto tempo Deus permitir, se possível permaneça até envelhecer ou Deus te recolher."

Como, então, um pastor consegurá fazer isto se muitas igrejas tem eleição de 2 em 2 anos? E geralmente trocam de pastor.


Aliás, como os técnicos que não parecem pertencer aos times, o pastor parece ser um tipo de cristão descartável.

Por esse motivo, tais igrejas, não conseguem passar de igrejas deficitárias em recursos e em pessoal. São eternas igrejas capengantes. Nunca crescem!

Finalizando, quero contar aqui um fato que aconteceu numa certa igreja que pastoreei em meados da década de 80.


Ao chegar encontrei 45 frequentadores. Fizemos um trabalho de base nos primeiros meses, conseguimos o compromisso e o apoio da maioria dos membros da igreja e ela respondeu positivamente. Realizamos trabalhos de Evangelização pessoal e em massa dominicalmente em Praças Públicas e Cultos nos Lares durante semanas.

Em menos de 6 meses tínhamos uma freqüência assídua de cerca de 150 pessoas. Como é bom para um pastor ver seu trabalho dando resultados visíveis. Conversões de almas. Reconciliações com o Senhor. É bom dizer que tudo feito sem inovações e sensacionalismo!

Um domingo pela manhã um velho Presbítero, antigo naquela igreja, me chamou a um canto para contar-me de sua preocupação e me faz a seguinte observação:
- "Pastor, o Sr. tem percebido que nossa igreja está 'inchando'"?

Respondi a ele: "Irmão, acredito que o crescimento da igreja tem sido natural. Creio que é resultado de um trabalho consistente de todos nós, e com a Graça de Deus esta igreja será maior."

- "Sim, pastor." - continuou ele - "Mas veja, se chegarmos cinco minutos antes da hora de começar o culto já não encontramos lugar nem pra sentar!!! E o Sr. sabe o que pode acontecer daqui 1 ou 2 anos?"

- "Talvez a igreja cresça mais ainda e para isto estou trabalhando." - respondi. "Mas, o que tem durante este tempo?" - perguntei a ele.

Sem parar para pensar, ele afirmou (como se diz popularmente: "Ele soltou na bucha"):
- "ESSE POVO PODE VOTAR EM OUTROS PRESBÍTEROS E NÓS FICAREMOS SEM OS NOSSOS CARGOS!"
....

Adivinha quem saiu no final daquele ano? E aquela igreja voltou a ser aquilo que estava acostumada a ser... Isto foi verídico e tenho testemunhas e o endereço do local.

Meu prezado que está tendo a paciência de lêr-me até aqui, logicamente, percebeu qual era a motivação daquele velho "Oficial" daquela igreja, não é?

Portanto, amigo, muitas vezes é preciso trocar a Diretoria e alguns jogadores do time, senão não dá jogo bom! Falo "parabólicamente"... quem lê entenda...

Porém, pode ter certeza de que, já-já, os times de futebol mudarão seu procedimento, pois eles sabem o que querem...

E tenho dito!


Abraços

Caleb Castellani - sC*
(*servo de Cristo)

PS - (se vc vê algum valor no texto, autorizo a publicação. Pode citar também o nome do autor)